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20 de set. de 2013

CLIMA PESADO ENTRE OS EXECUTIVOS DE TECNOLOGIA

  • Presidente da Microsoft acusa Google de monopólio
Esquentou o clima entre os executivos de tecnologia esta semana. Depois de Tim Cook alfinetar a Nokia dizendo que a falta de inovação a 'matou', foi a vez de Steve Ballmer polemizar. Em uma apresentação financeira na Microsoft, o presidente-executivo - que está em vias de se aposentar - acusou o Google de monopólio e recomendou às autoridades que intervenham por mais concorrência na internet.

A acusação remete ao mercado de buscas, em que o Google domina pelo menos 80% em escala global. O assunto veio à tona porque Ballmer discutia com os analistas alternativas para tornar o Bing um serviço de buscas rentável. "Ouso dizer que eles (o Google) têm um incrível monopólio contra o qual nós somos os únicos a competir", afirmou.

Nos Estados Unidos, o Bing ocupa a segunda posição entre os buscadores com 18% de participação, mas ainda está longe do Google, dono de 67% do mercado. O crescimento da ferramenta tem sido lento no mercado norte-americano, especialmente por causa do avanço do Yahoo! e -- por incrível que pareça -- da AOL. Por isso a Microsoft reformulou o logotipo e revelou novas ferramentas na tentativa de atrair mais público.

Para Ballmer, a rentabilização do serviço passa pela necessidade de aumentar o volume de anúncios. "Se nós temos a mesma qualidade de algoritmos, mas uma escala muito menor de publicidade nas buscas, nossa receita por cada resultado será menor, o que significa que o Google terá mais dinheiro para bancar a distribuição nos dispositivos da Samsung ou da Apple", detalhou. "Eu realmente acho que as práticas de anticoncorrência são dignas de discussão com as autoridades", arrematou o presidente da companhia de software.
  • Campanha
Recentemente, a Microsoft se uniu a Nokia, Oracle e demais empresas na adesão ao Fair Search, iniciativa que defende mais competição na internet. Um dos principais objetivos do grupo é forçar o Google a alterar a forma como os resultados são exibidos diante das suspeitas de que a companhia favoreça seus próprios produtos.

Embora acuse o Google de monopólio, a própria Microsoft também já esteve na berlinda por práticas de anticoncorrência. Em março último, a companhia foi multada em R$ 1,4 bilhão pela União Europeia por descumprir o acordo antitruste envolvendo o Internet Explorer por prejudicar outros navegadores.

  • iPhone 5C não foi criado para competir no segmento de médio desempenho
Anúncio do iPhone 5C acabou com as esperanças de muita gente ao ver que o preço do aparelho não era nada como o especulado por rumores e analistas de mercado. O valor máximo que se imaginava para o dispositivo era de US$ 450 sem contrato, chutando alto. No fim das contas, ele apareceu custando US$ 100 a mais que essas expectativas mais pessimistas. De fato, o telefone não foi feito para concorrer com os Androids de médio desempenho, como confirmou o CEO da Apple, Tim Cook em entrevista à Bloomberg. “Não estamos no ramo da venda de porcarias”, esclareceu.

O líder da empresa ainda comentou que o objetivo da fabricante nunca foi criar um aparelho de baixo custo, mas sim outra “ótima versão do iPhone”, que acabou custando mais barato. A pergunta que fica é: mais barato para quem? O iPhone 5C tem hardware consideravelmente semelhante ao do iPhone 5 e ainda tem materiais mais baratos na sua construção. Por conta disso, a empresa eliminou o predecessor da sua linha de produção. No fim das contas, a Maçã acaba ganhando mais dinheiro vendendo um produto que custa menos para fabricar pelo mesmo preço de antes.
  • Ações afundando
Com essa constatação, o mercado financeiro perdeu um pouco da sua confiança na companhia de Cook. A expectativa era alta para venda do iPhone 5C em mercados como o China, Índia principalmente o Brasil, onde os preços da Apple costumam estar nas alturas. Por conta disso, o valor das ações da Maçã sofreu uma grande desvalorização e segue sem recuperação.

Analistas de mercado ouvidos pela Bloomberg comentam que é necessário observar o estilo dos produtos da Apple. Será que eles são fabricantes de aparelhos para as massas? O analista Benedict Evans parece preocupado com a abrangência da marca dizendo que, com essa política atual de preços a Apple consegue 40% do mercado dos EUA, um terço do europeu e mais nada no resto do mundo. Isso pode se sustentar por muito tempo?



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